domingo, 20 de fevereiro de 2011

Todos Dormem

Acordo de madrugada para ver o sol nascer no mar...
Que coisa espetacular!
 
Todos dormem...
 
Isto me leva a refletir, a pensar...
No momento em que o sol toca o mar tingindo-lhe com suas cores:
matizes de vermelho, púrpura, rosa, laranja e amarelo solar...
Que coisa espetacular!
 
Todos dormem...
 
Por que, diante talvez do mais belo momento do dia, todos dormem?
Da varanda, de onde vejo o mar, paro alguns instantes para analisar:
será a vida também assim? Um espetáculo que só algumas pessoas sabem apreciar?
 
Todos dormem... 
 
Não! Esperem! Há alguém... Um carroceiro a recolher o lixo da noite anterior:
festivo feriado de Ano Novo. Comemorado por milhares, assistido por centenas, chorado por muitos...
 
Alguns comemoraram dormindo: seus corpos alertas, dispostos e, aparentemente, despertos,
mas suas mentes dormem, seus corações dormem, sua indignação dorme...
 
O carroceiro...
Recolhedor do lixo, ou do resto do luxo, de alguns que a cada dia torna-se o sustento de muitos.
Tão pobre... Tão rico!
Desce da carroça, junta algumas garrafas, o "esqueleto" de uma cadeira de praia e tem seu momento de riqueza:
para, ereto, atento, desperto e aprecia o espetáculo exclusivíssimo, de platéia restrita:
o nascer do sol no mar!
Que coisa espetacular!
Afaga a cabeça do seu cão vira-latas, fiel companheiro de jornada, e divide com ele o que pressinto ser... gratidão.
Gratidão?! Ele?
Sim, gratidão. Gratidão por estar vivo e desperto:
olhos e coração abertos!
Ele não necessita dos matizes de Monet dependurado em uma parede... (Monê, quem?!)
O pintor mais célebre e talentoso acaba de dedicar-lhe uma de suas mais belas obras:
o nascer do sol no mar...
Que coisa espetacular!

(Escrevi ao amanhecer do dia 1º de janeiro de 2009, na praia de Jaguaruna, SC)

Depois dos quarenta


Quando se passa dos quarenta
diminui a paciência
para tolerar a hipocrisia,
ouvir incoerências
e aceitar idiossincrasias.

Tornou-se mais difícil
disfarçar minha indignação
diante de pessoas fúteis,
e que com afetação,
ampliam, criam problemas
para chamar a atenção,
buscando na platéia respaldo
para sua lamentação.

Meu desprezo à apatia,
à omissão, à covardia!
Um brinde à atitude,
à coragem, à rebeldia!

Lutem, façam-se úteis!
Busquem um ideal!
Para salvar o mundo
comecem por seu quintal!

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Convite da Paixão

(Lagoa do Camacho, Jaguaruna, SC - Janeiro/2011 - A Fotografia é outra de minhas paixões...)

A paixão convidou-me
Para em seu barco navegar...

Eu disse: “Aceitarei
se você também o convidar!”

Ela disse: “Convidei-o, mas
ele não quis aceitar...
Acovardou-se, teve medo
de neste mar se afogar...

Mesmo assim, navegue comigo...
Deixe-me te levar...
Sou capitã destemida!
 Você vai apreciar...

Quem não sentir medo de navegar comigo,
acordará sentimentos adormecidos,
descobrirá tesouros de amores perdidos...
Tornar-se-á capitã do seu próprio mar de amar!

O Mar

(Praia de Garopaba - Abril/2010 - Ah! O cachorro não era meu não... Ele apareceu por lá e juntos apreciamos a paisagem...)

Às vezes penso sentir
o cheiro do mar...
A brisa úmida, salgada
envolvendo e revolvendo
meus cabelos...
A espuma fazendo cócegas
em meus tornozelos...

Finalmente poder
descansar meu olhar
que espreguiça-se,
esticando-se todo
sobre a imensidão do mar
como se ele fosse uma cama
gigante e macia preparada
para a minha mente repousar...

Pena foi só devaneio, imaginação...
Eu estou aqui, o mar não!
Ah! Doída saudade
O amor realmente
não tem idade...
Amarei o mar
por toda a eternidade!

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

SEXO

            
 Sexo
O sexo é locomotiva
correndo desenfreada,
o tempo a desacelera,
mas não a deixa parada...

Força vital pulsante,
atração, desejo ardente,
poucos conseguem ignorá-la,
torná-la indiferente,
quem nunca a satisfez
não foi de todo contente.

O sexo é energia turbulenta
que agita as multidões
é bom e fica melhor
quando além de corpos
une corações!

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Milagre



A abelha fazendo mel.
O pássaro fazendo ninho.
É a vida que se desdobra
em cada curva do caminho.

A flor que pereceu,
o rio que quase secou,
a árvore que foi cortada...
A vida segue ágil
jamais fica parada...

       Quando a plantação cresce     
o agricultor faz uma prece,
 agradecendo a natureza
 pela colaboração.

 Eu sei o trabalho foi dele,
 mas se ela não deixasse,
 ele não teria obtido
sucesso em sua missão.