quarta-feira, 27 de julho de 2011

Era uma vez...


Era uma vez,
numa outra vida,
era João não era Maria...

Era uma vez,
numa outra vida,
seus olhos queimavam,
sua face ardia...

Era uma vez,
numa outra vida,
pobre João
sem sua Maria...

Trabalhava, noite e dia,
numa escaldante
e suja carvoaria
por míseros vintens
que mal pagavam
o pão de cada dia...

Mas havia  Toninho,
José e Sofia...

Era uma vez
uma vida dura e triste,
mas ainda com esperança
e poesia...

Como? Onde?
Na pobre casa,
ao final do dia,
no amor dos doces
e infantis olhos
de Toninho, José e Sofia...

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Manifestação pela Paz


Não importa qual é o "fim",
há que se encontrar outros meios!
Nada de bom pode resultar
de um ato tão ruim e feio!

Violência, morte,
destruição e terror...
Para mudar o mundo
é preciso causar tanta dor?

A pergunta é retórica:
é claro, óbvio que não!
Infelizmente alguns
ainda discordam nesta questão...

A arma mais poderosa
para a mudança social,
é amar o seu próximo
mesmo não sendo seu igual!

Mesmo que não consiga entender,
respeitar o diferente,
é o primeiro passo
para um mundo mais decente!

quinta-feira, 21 de julho de 2011

A EVA


Ivo viu a uva...
Não devia, mas pegou...
Ivo viu a Eva
e a uva ofertou...

Eva ficou feliz
porque eram uvas,
não maçãs...
Ivo era um bom homem
talvez não fosse embora
logo cedo, de manhã...

Quem sabe...
Talvez ele
gostasse mesmo dela...
Poderiam alugar
aquela casinha amarela...
Realizar seu antigo sonho
de ter família, horta, jardim...
Talvez pudesse buscar
seu filhinho Joaquim...

Não tinha esta vida por gosto
e sim por necessidade,
ainda acreditava que tinha
direito à felicidade...

A UVA


Havia a uva
e era do Ivo.
Havia a uva
e não era a do livro.

Ivo viu a uva,
mas só depois
de cultivar a videira.
E não cultivou sozinho,
teve ajuda da família inteira.

Transformará a uva em vinho,
convidará os vizinhos
para celebrarem a colheita
e a amizade que se fortaleceu
durante todo este caminho...

domingo, 17 de julho de 2011

O OVO


À noite, havia o ovo
e era um.
Havia a fome
e era muita
desde a manhã
sem desjejum...

Fitou o ovo, ali parado,
como a saber-se o derradeiro...
Sabia não seria suficiente
para aplacar a fome de um dia inteiro...

Mas vá lá!
Era um ovo e há tantos
que nada têm!
Melhor deixar de Filosofia
amanhã é outro dia!
Quem sabe a sorte vem!?

Talvez consiga um emprego,
não quer voltar pra prisão...
Qualquer trabalho serve
desde que lhe dê direito
a uma boa refeição...

sexta-feira, 15 de julho de 2011

TEMPO II


Na sexta-feira chuvosa,
à tarde, no escritório,
o tempo não passa...
Se arrasta...
Qual oração em velório...

TEMPO


O tempo me atropelou...
Nem parou para prestar socorro!
Fiquei com algumas marcas...
Mas tão fácil assim não morro!

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Duas Caras


Quando é que uma meia mentira
transforma-se em meia verdade?

Quando é que uma meia verdade
torna-se uma mentira?

Quando é que a omissão
sufoca quem a respira?

Quando a covardia
cala o coração,
impedindo a verdade
de socorrer um irmão.