sábado, 7 de dezembro de 2013

Manjericão


Sobre a mesa do terraço
há um vaso com manjericão...
Alguém disse:
"Isso é tempero, 
não é decoração!"

Respondi:
"É perfumado, saboroso
e dele não abro mão!
Decoro do meu jeito,
do meu gosto, 
é meu direito!
Não sigo nenhum padrão!"
(Maria Mogorim)

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

CORES


O azul do céu,
o azul do mar,
o azul do teu olhar...
Azul que eu amo amar!

O verde do bosque,
o verde da campina,
verde do rio profundo,
verde que me fascina...

Vermelho da labareda,
vermelho do sol nascente,
vermelho da maçã madura,
vermelho do sangue quente...

Amarelo radiante do sol do meio-dia,
amarelo dos louros cabelos
da poetisa que escrevia...
Amarelo do valioso ouro
que atraía mau agouro
para quem o perseguia...
(Maria Mogorim)

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

LOBA


Hoje vou uivar para a lua...
Deixarei de ser boba,
serei loba!

Não atacarei o que é seu.
Mas, com unhas e dentes,
defenderei o que é meu!

Meu direito de cidadã!
Meu dever como irmã!
A luta pelo bem nunca é vã!

Sairei da janela,
não ficarei vendo a vida passar...
Caminharei na passarela,
farei a ciranda girar!
(Maria Mogorim)

Vida após a vida


Dizem que o que morre
não vai renascer ou retornar...
Respeito esta opinião,
mas tenho o direito de discordar:
Todos somos vida,
morte e ressurreição,
depende do momento,
circunstância, situação...

Quando perdemos alguém amado
e, para nós, muito importante
é como se parte da vida nos deixasse...
É um impasse angustiante!

Devemos escolher
é inevitável decidir:
Queremos continuar a viver,
ou iremos desistir?

E como num milagre
emergimos do desespero,
respiramos acreditando
que foi o fim do pesadelo...

Mas hei que novamente surpreendidos
noutra rasteira a tragédia nos assola
e nos atira à fogueira:
incêndio, falência, enchente ou doença familiar
o fato é que outra vez, parece, nos falta o ar!

Morre mais uma parte da pessoa
que acreditávamos ser...
Mas poderá ressurgir, das cinzas renascer
qual fênix encantada, redescobrindo o prazer...

Prazer de viver simplesmente,
reencontrar os amigos, dar e receber abraços,
na tempestade, um abrigo...

Ver nos olhos de uma criança
passado, presente e futuro...
Desejar construir pontes,
ao invés de querer muros...

E assim é nossa jornada,
um constante retornar...
Já estamos acordados,
só precisamos despertar...
(Maria Mogorim)

Morfeu e Eu


De repente veio um sono...
Um sono que não era meu...
Bafejou-me com hálito
quente e doce o sedutor Morfeu...

No início era suave
e embalou-me com ternura...
Depois seus braços
viraram tentáculos,
arcabouço da tortura...
Nas masmorras do subconsciente,
por um tempo, bravamente reagi...
Mais depois, esgotada, sucumbi, desfaleci...

O medicamento, pelo doutor prescrito,
foi o mensageiro deste sono aflito...

Não sei por onde andou minha mente,
durante este dormir diferente...
Esqueci os sonhos, não acordei contente...
Foi como ter estado de mim mesma ausente...

Deste jeito, com Morfeu
não quero mais me encontrar...
Nosso encontro deve ser doce, natural
é melhor não provocar...
(Maria Mogorim)

Se eu morresse amanhã...


E se eu morresse amanhã?
O que diriam de mim?

Que minha vida não foi vã!
Que labutei até o fim!

E se eu morresse amanhã?
Ah! Isso não seria surpresa...
Pois não é certo este fim
para nossa humana natureza?

E se eu morresse amanhã?
Qual seria minha urgência?
Que providências tomaria,
em afobada diligência?

Ah! Pois hoje eu não faria,
eu não faria nada...
Não sei o que depois me espera...
Melhor estar descansada!
(Maria Mogorim)

Pessoa e o Chapéu


Ah! Pessoa! Dize-me:
será que aí no céu,
ainda usas o teu chapéu?

Acho que talvez uses,
não por necessidade,
mas porque te confere
uma charmosa sobriedade...
(Maria Mogorim)

Simplifique!


Deixe o que é complexo onde está!
Simplifique! Exercite o descomplicar!

O que é complexo já existe,
não é necessário você o criar!

Às vezes a realidade é simples...
O que é complexo é o seu modo de olhar...
(Maria Mogorim)

FADAS


As fadas, mesmo sem asas,
não precisam de escadas
para alcançar as nuvens
quando lá querem brincar...

Seu coração é tão leve,
tão doce, tão alegre
que as leva a flutuar...
(Maria Mogorim)

A Bela Adormecida


E ela dorme...
E por que é tão profundo o teu sonhar?
Será que aguarda o príncipe para um solene despertar?
E se não vier, será para sempre assim o seu viver?
Imersa em sonhos que jamais iremos conhecer...
E será que não prefere assim continuar?
Personagem encantado, do tempo a caçoar...

Durma, durma Bela Donzela!
Ah! E o tempo, criação dos meros mortais...
se desespera diante de sua juventude que não se desfará jamais...
Corre, corre o tempo na frenética busca
pelo príncipe destemido que tornar-se-á seu marido...

Ah! O tempo! Cavaleiro errante... incansável viajante
quer os sonhos dominar...
Fica todo, todo aflito, pois lhe é inescrutável,
da Donzela, o sonhar...
Mas sempre perde a batalha,
pois mais rápido que o tempo
é o sonho, o pensamento, imaginar, imaginar...
(Maria Mogorim)

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Os Sonhos


Os sonhos são importantes,
têm sua utilidade...
São como um mapa
traçando o caminho
a percorrer na realidade...

São os degraus da escadaria,
galgados no dia a dia...

Podemos construí-los
enfeitados, perfumados
e em boa companhia...
(Maria Mogorim)

Coração de Mulher


Viva, veja, sinta, seja...
O que você quiser!
O que mais feliz lhe fizer!
O que preenche e acalma
seu coração de mulher!
(Maria Mogorim)

Sonhos Meus


...ah! E os sonhos que carrego,
por mais que seja a distância
e a duração da viagem,
não me pesam...
E eu os levo cantando, colorindo
e perfumando a paisagem...
(Maria Mogorim)

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Ah! Filosofia!


Ah! Filosofia!
Inexata ciência do saber...

Parece-me que não combinam...
Ciência e inexatidão...

O saber a mercê
de cada interpretação...

Eu sei o que sei...
Talvez, não tenho bem certeza...

Já o que o outro sabe
é para mim surpresa...

E o que nós dois não sabemos?
Insegurança, incerteza...

E o que o outro sabe,
poderei saber também?

Ah! Se Sócrates nada sabia,
eu muito menos sei...

O conhecimento só vale
se for para fazer o bem!

Newton já disse:
"O que sabemos é uma gota
e o que ignoramos um oceano."

Se houvesse menos certezas,
haveria menos enganos...
(Maria Mogorim)

Olhando a Lua


... bela e colorida lua cheia,
enfeitando o céu,
encanta e vagueia...
vagueia... vagueia...

e a minha mente flutua,
qual grão de areia
na maré cheia...
cheia... cheia...

longe, perto, desperto...
meu peito não é mais um deserto!
(Maria Mogorim)

A aranha e a borboleta.


"Olhe que delicada e bela
a borboleta azul e amarela!
Ela pousa, ela vai, ela voa...
Lá vem ela!

Aqui, aqui! Encantada donzela...
Veja que cama macia fiz,
com tanta cautela..."

E a borboleta veio experimentar "a cama"
e a aranha concluiu sua façanha...

E julgava, após devorar a borboleta,
parecer-se mais com ela,
sentir-se mais satisfeita...

Mas não foi desta forma que tudo sucedeu...
A aranha continuou aranha
e assim permaneceu...

E embora tenha enredado
outras borboletas mil,
outra assim, tão leve e bela,
a aranha jamais viu...

A aranha não é mais feia,
nem mais bela do que a borboleta...
Ela tem seus encantos e seus talentos...
Seu erro é desejar o mesmo reconhecimento...

E a borboleta,
após ser devorada,
continuou linda e leve,
como estava acostumada...
(Maria Mogorim)

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Doce Espera


Ah! Para beber o néctar da vida,
não se detenha, se precisar,
pegue a senha e aguarde a ocasião!
Pelo que vale a pena, vale mesmo esperar...
Esta é minha opinião...
A espera pode ser um doce tormento,
antegozando o momento da plena satisfação.
(Maria Mogorim)

segunda-feira, 10 de junho de 2013

DEMAGOGO


Demagogo

Reconheço um demagogo
a quilômetros de distância,
a mim não impressionam
sua "pompa e circunstância"...

Basta ouvi-lo alguns minutos
para que sua "máscara" quebre,
meu "radar intuitivo"
dispara feito uma lebre
fugindo apavorada,
deixando atrás de si
a floresta incendiada...

Suas palavras bonitas e vazias
até prendem a atenção,
mas escondem, não revelam,
sua real intenção...

Assim é o demagogo:
como bolhas de sabão,
encanta por pouco tempo,
pois palavras sem ação,
sem exemplo, sem atitude
não constituem, na verdade,
nenhuma real virtude!
(Maria Mogorim)

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

EGO



Ah! O ego...
Este jóquei louco
que dispara, e se atrapalha,
numa coreografia alucinada...
E, ao final do percurso, 
sem medalha, nem discurso,
volta para casa sem nada...
(Maria Mogorim)