Há dias em que sou concha...
vazia, dura, solitária
e esquecida à beira do mar...
Há dias em que sou ostra...
viva, vulnerável, macia e frágil...
Facilmente ferida
se um descuidado a tocar...
Há dias em que sou pérola...
resistente, atraente e preciosa,
mas poucos poderão apreciar...
Só os que resistiram
aos duros dias de concha...
Só os que suportaram
a fragilidade dos dias de ostra...
Estes estarão por perto
quando a pérola surgir,
pronta para retribuir
aos que souberam esperar...
(Maria Mogorim)